Morais Sarmento diz que Rui Rio tem "dimensão de estadista"

Sarmento enaltece a "dimensão de liderança, de estadista, o equilíbrio e a inteligência política" de Rui Rio e antecipa-lhe um grande futuro político.
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O social-democrata Nuno Morais Sarmento elogiou hoje a coerência e a "dimensão de estadista" de Rui Rio e antecipou-lhe um futuro político "para que a mudança se cumpra", independentemente do cargo que possa vir a ocupar.

O antigo ministro dos governos de Durão Barroso e Pedro Santana Lopes falava na sessão de apresentação da biografia do ex-presidente da Câmara Municipal, "Rui Rio, de corpo inteiro", num centro comercial de Lisboa.

Perante uma assistência de mais de cem pessoas, o advogado e comentador político fez uma intervenção com diversos elogios às qualidades pessoais e políticas do ex-presidente da Câmara Municipal do Porto, apontando como exemplos a gestão financeira da autarquia ou a decisão de não apoiar a candidatura de Luís Filipe Menezes.

O social-democrata destacou "a absoluta autonomia de pensamento, a determinação, a maturidade e a experiência, mas principalmente, o que é cada vez mais raro, as convicções profundas que resultam de um homem em paz com a sua consciência", disse

Sobre a decisão de Rio de não apoiar a Luis Filipe Menezes, ex-autarca de Gaia, na candidatura à Câmara Municipal do Porto, Morais Sarmento revelou não acreditar que isso fosse possível mantendo a ligação ao PSD.

"Falei nessa altura com Rui Rio e perguntei-lhe o que é que ele pretenderia fazer e ele disse-me: vejo o problema como ele é, devo lealdade aos munícipes do Porto e, por isso, em caso algum me poderiam ver a apoiar uma proposta que fosse contra o trabalho que aqui fiz (...). Devo lealdade ao meu país na clareza e na correção das minhas posições'", relatou o antigo ministro do PSD.

"Eu não conheço muitos [políticos] que fossem capazes, ou, ao longo da sua vida, alguma vez tenham conseguido num momento tão delicado, em que estavam em causa doze anos do seu trabalho e um conjunto muito alargado de pessoas, encontrar aquele que é sempre o melhor remédio, falar verdade, ser claro", acrescentou Morais Sarmento.

Referindo-se depois à biografia assinada por Mário Jorge Carvalho, Nuno Morais Sarmento disse concordar com as posições de Rio ao assumir "uma degradação de vinte anos nas instituições do Estado democrático" e defender "uma rutura para continuar a fazer crescer a democracia".

"É uma rutura com que me identifico no essencial. Não tenho é, como Rui Rio, a fé inabalável de que seja possível fazê-lo salvando o nosso sistema político", afirmou.

Na opinião de Sarmento, o país precisa de "uma atitude cívica que, recuperando valores fundamentais, volte a colocar a pessoa no centro da ação política".

Enaltecendo a "dimensão de liderança, de estadista, o equilíbrio e a inteligência política" de Rui Rio, o ex-governante do PSD antecipou-lhe um futuro político.

"Que Rui Rio tem pela frente o caminho que Mário Jorge Carvalho aqui referia não tenho nenhuma dúvida, não sei se Rui Rio será Presidente, primeiro-ministro ou ministro não sei, mas sei que para ele isso não é o mais importante, mas continuar a lutar para que a mudança se cumpra", alegou.

Neste contexto, Nuno Morais Sarmento terminou a sua intervenção com uma tirada bem-humorada: "Encontrei com espanto o meu filho sentado nesta sala, nunca o vi em nenhuma atividade minha sequer, um interessado e um apoiante impossível, Rui, tu já conquistaste, penso que outros se seguirão".

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